quinta-feira, 16 de junho de 2011

O Brasil está mudando...

Hoje recebi esta postagem: uma reflexão em meio à luta...

"O Brasil será que está mesmo mudando, o PCdoB levantando a bandeira dos Povos de Terreiro, o PC do B Rio? O Partido Comunista não é por princípio laico ou até mesmo ateu?"

É verdade, meu povo, o Brasil está mudando sim! Temos uma mulher na Presidência da República! Mas o caso, aqui, é bastante pedagógico: vocês lebram quando ainda há pouco o DEM, o PSDB e outros partidos de direita se uniram para atacar as políticas afirmativas nesse país?

Não houve estranhamento de nenhuma parte, não é? Mas quando um partido que resiste há mais de 89 anos contra as forças da repressão, em prol da democracia, resolve debater com as comunidades tradicionais de terreiros, é sim um avanço; e, a meu ver, um aliado em potencial.

Não se constrói políticas de nenhum tipo, excluindo aliados; isso dentro de um processo democrático.

Não está se chamando ninguém pra discutir teologias, não!

Quando os outros partidos fazem alianças políticas com fundamentalistas religiosos para aprovarem leis do tipo que impedem o sacrifício de animas, ninguém pergunta se o DEM, o PSDB são laicos, ateus ou não: o pau quebra é nas nossas cabeças!

Penso que as comunidades tradicionais devem, sim, conversar com todos os atores da democracia que queiram nos dar seu apoio; penso que seria avanço até mesmo se o DEM e outros nos chamassem pra conversar, e não pra nos destruir.

Esse é o problema... Às vezes, briga-se até pra saber quem é legítimo pra ser nosso aliado!

Parabéns aos organizadores do Fórum Municipal de Religiosidade Afro Brasileira do PCdoB-Rio por esta construção.

Axé!

De controvérsias e conflitos

Prezados/as Companheiros/as,

Li com atenção as anotações contrárias ao Fórum Municipal de Religiosidade Afro Brasileira do PCdB Rio e confesso que fiquei meio apreensivo!

Do modo como discorreram as anotações, vi que se instala nesse “Assunto: Convite Seminário” e, em especial, no tema “Fórum Municipal da Religiosidade Afro-Brasileira do PCdoB-RIO”, um conflito. Com certeza é do conhecimento de todos/as que os conflitos existem desde sempre!

Ocorre que o tema em questão se faz necessário não por uma questão de “conflito”, mas por uma condição que, de tão especial, nem chega a possibilitar conflito: a exclusão; exclusão histórica e milenar sobre a população negra e sobre tudo (ou quase tudo) que advém das culturas do continente africano.

Quando um/uma – qualquer um e qualquer uma – pessoa, agremiação, empresa, partido político busca “agregar lideranças religiosas de todo o Rio de Janeiro e organizações nacionais que lidam com o tema para a discussão de grandes agendas”, entendemos que esta é “a” atitude que sempre buscamos; é “a” atitude que sempre entendemos como caminho para a superação do racismo e da exclusão permanente e sistemática sobre nossos seres e fazeres, pois temos aprendido que a questão racial (e tudo dela emana) não é uma questão da população da negra ou do povo de santo, mas uma questão de toda a sociedade, de todas as pessoas, de todas as organizações.

O diálogo é fundamental para a articulação, o desenvolvimento e o crescimento de qualquer sistema, incluindo o social, o político, o organizacional. Entendo que é possível e necessário que se estabeleçam várias e inúmeras frentes de ação e articulação como formas plurais - e apoiadoras, umas das outras – de se galgar passos e trilhas na caminhada da superação do que nos oprime. Digo formas plurais, inclusive, porque já se sabe de há muito que “a unanimidade é burra” e não gera processo.

Já temos tido opressão demais ao longo dos tempos e não precisamos de uma opressão de nós para nós mesmos. Já temos sido alvo de desconfiança permanente e não precisamos que nós mesmos desconfiemos de nós.

Constatei conflito nas anotações precedentes e sei – assim como cada um/a - que é possível pensar inúmeras (inúmeras) alternativas para lidar com os conflitos. Aqui, nessa resposta, me coloco na posição de não ignorá-lo (ignorar seria uma das alternativas); mas de colocar pontos que possam cooperar para saná-lo (tornar são, sadio; tornar produtivo; que permita avançar) e transformá-lo em elemento auxiliar do processo.

Com certeza conflitos existem quando se tem estratégias diferentes que, em muitos casos, passam por diferentes níveis de informações e de percepções do que se pode propor.

Já temos despendido tempo demais de nossas vidas tendo que nos explicar, desde o porteiro do prédio, ao gerente do banco, passando pelo segurança da porta rotativa...

E exatamente como o provérbio iorubá, nós “queremos chegar longe” porque queremos agregar lideranças religiosas DE TODO O RIO DE JANEIRO e ORGANIZAÇÕES NACIONAIS que lidam... Estamos nessa trajetória porque queremos e precisamos chegar a uma solução (um remédio) que possibilite a superação de toda exclusão, pois aprendemos com Steve Biko que “A pessoa precisa entender os fundamentos antes de propor o remédio. Várias organizações que lutam atualmente contra o ‘apartheid’ estão trabalhando em uma premissa simplificada demais. Eles deram uma rápida olhada no que é a questão e diagnosticaram o problema incorretamente. Eles têm esquecido, quase completamente, os efeitos colaterais e não têm considerado a causa de raiz. Conseqüentemente tudo o que é improvisado como um remédio dificilmente curará o problema.” (“We Blacks, I Write What I Like, 1978.”)

Meus respeitos a todos/as.

Giancarlo Gonçalves
Coordenador do Fórum

quinta-feira, 2 de junho de 2011

I Fórum Municipal de Religiosidade Afro-brasileira do PCdoB

I Fórum Municipal da Religiosidade Afro-Brasileira do PCdoB-Rio
O Fórum busca agregar lideranças religiosas de todo o Rio de Janeiro e organizações nacionais para a discussão de agendas de temáticas da Religiosidade Afro-brasileira.

Vamos consolidar o Fórum como um espaço construído conjuntamente na luta contra o preconceito,e a discriminação e a intolerância.

Nossa proposta é a de refletir, discutir e definir posições diante das necessidades urgentes da implantação de Ações Afirmativas que se evidenciam nas Garantias, no Cumprimento de Leis existentes, bem como na ampliação destas, além de estabelecer Políticas Públicas (reparadoras e de qualidade) para a população das Comunidades de Terreiro.

O I Fórum Religiosidade Afro-brasileira
do PCdoB-Rio e MR-AFRO
acontece no
Dia: 29 de Junho de 2011
às 18 horas
na Praça Tiradentes 10/29º andar - Centro
Rio de Janeiro - RJ


Convidamos você, seus/suas filhos/as, membros e participantes de sua Casa, Instituição, Ilê, Tenda e demais autoridades a estarem conosco.