sábado, 29 de outubro de 2011

2/3 da população mundial não dispõem de benefícios trabalhistas

Dois terços da população mundial não dispõem de benefícios trabalhistas

28/10 às 08h35 - Atualizada em 28/10 às 08h46 - Agência Brasil - Renata Giraldi
JB online – Internacional


Brasília - A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que dois terços da população mundial, ou seja 5,1 bilhões de pessoas, não dispõem de benefícios sociais trabalhistas.

Apenas 15% dos desempregados no mundo recebem seguro-desemprego.

A análise faz parte de um estudo feito pela responsável pela ONU-Mulher, Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile.

Bachelet pretende apresentar o estudo completo durante as discussões da cúpula do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias mundiais), em Cannes, na França, nos dias 3 e 4 (de novembro 2011).

O relatório “Uma Proteção Social por uma Globalização Justa e Inclusiva" destaca que, por meio da garantia dos benefícios sociais, é possível avançar economicamente e atenuar as tensões sociais.
Original em Inglês

No começo deste mês (outubro 2011), em Bruxelas, na Bélgica, a presidenta Dilma Rousseff defendeu a adoção de medidas que combatam a fome e a pobreza como meios de melhorar a qualidade de vida da população e proporcionar condições para os avanços econômicos.


Além disso, em visita a Brasília, a ministra das Relações Exteriores da Colômbia, María Angela Holguín, sugeriu que os países latino-americanos se unam na tentativa de reagir coletivamente aos impactos causados pela crise econômica internacional. Para ela, o ideal é ampliar os acordos bilaterais e multilaterais. A chanceler veio ao Brasil para intensificar as parcerias em tecnologia, educação, combate à violência e à exploração sexual.

Saúde da População Negra: SEPPIR e MS firmam acordo de cooperação

Seppir e Ministério da Saúde firmam acordo de cooperação com foco na Saúde da População Negra

Acordo  visa adesão à campanha Igualdade Racial é pra Valer e prevê ações para efetivação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra

A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e o Ministério da Saúde (MS) celebraram ontem (27/10/2011), um acordo de cooperação técnica que visa a implementação de ações conjuntas que assegurem a adesão do MS à campanha "Igualdade Racial é pra Valer". O pacto foi firmado no Dia Nacional de Mobilização Pró Saúde da População Negra e prevê, além da divulgação de peças publicitárias no ambiente do Sistema Único de Saúde (SUS), a institucionalização de uma estratégia para a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, a PNSIPN.


Aprovada em 2006, pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), a PNSIPN tem por objetivo combater a discriminação étnico-racial nos serviços e atendimentos oferecidos no SUS, bem como promover a equidade em saúde para a população negra. O acordo entre os dois órgãos federais prevê, ainda, a implementação do Programa de Enfrentamento ao Racismo Institucional no MS e no SUS; e a divulgação e atendimento do disposto no capítulo I do Estatuto da Igualdade Racial, que trata do direito à saúde.

"Hoje, o Dia Nacional de Mobilização Pró Saúde da População Negra, recebe mais uma marca importante com um protocolo de intenções onde o MS abre, como disse o ministro, um novo ciclo da sua atuação neste tema, através da possibilidade de construir uma estratégia que nos permita implementar efetivamente essa Política Nacional de Saúde da População Negra", Declarou a ministra da Seppir, Luiza Bairros.

Para a titular do Ministério da Igualdade Racial, o compromisso assumido pelo MS no sentido do enfrentamento do racismo institucional é uma característica emblemática do acordo de cooperação. "É esse, sem dúvida, um dos aspectos que mais contribuem para que a população negra até hoje, não tenha conseguido dos serviços de saúde o tipo de atenção coerente com as suas necessidades mais básicas", completou.

"Para nós, poder pactuar esse protocolo na presença do Conass e do Conasems, uma semana depois da realização da Conferência Mundial de Determinantes Sociais de Saúde é uma opotunidade singular", declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele reiterou a importância do enfrentamento ao racismo institucional, que disse estar presente na forma como o usuário é atendido, mas também na formação dos profissionais de saúde. De acordo com Padilha, dados preliminares do Relatório Anual de Saúde, que será divulgado na próxima semana, revelam que 70% dos usuários do SUS são negros e pardos, indicativo que reforça a importância do acordo.

A ministra da Seppir analisa que o protocolo de intenções foi assinado numa conjuntura diferenciada dos demais, na medida em acontece sob a vigência do Estatuto da Igualdade Racial. "Na prática, o Estatuto transforma em lei a Política Nacional de Saúde da População Negra. Portanto, abre, com essa obrigatoriedade, um espaço muito maior para o nosso debate", disse Bairros. Ela referia-se à possibilidade que o acordo oferece, não apenas com o MS, de fazer com que um número maior de secretarias estaduais e municipais possam aderir à agenda do mesmo modo como é feito com a política de saúde de uma maneira geral, a partir da demarcação de competências bem definidas das três esferas de governo.

Nessa perspectiva, considerando a necessidade de envolvimento das três esferas de governo para a implementação das políticas de saúde, a assinatura do acordo entre a Seppir e o MS se deu num contexto bastante favorável. A solenidade integrou a programação do Encontro Intergestores Tripartite, que reuniu na Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), interlocutores do Governo Federal e dos conselhos nacionais de Secretários Estaduais (Conass) e Municipais de Saúde (Conasems).

Informe de SEPPIR-Imprensa



terça-feira, 25 de outubro de 2011

Leci Brandão - PCdoB-SP - é contra PL 922/11

Nós Não estamos sozinhos - Leci Brandão é contra PL 922/11
Terça, 25 Outubro 2011 10:24



Nós Não estamos sozinhos, diante da notícia da apresentação do PL que teoricamente nos proibiria oferecer animais a nossos Orixás, resolvi buscar respostas de nossos constituintes paulistas, optei pela Deputaqda Leci Brandão (PCdoB-SP) por sabe ser ela uma pessoa de fácil acesso, que me respondeu a questão formulada, bem como enviou através de um assessor parlamentar ao Jornal A Gaxéta, uma carta com suas opiniões, a qual iremos transcorrer ao final, como fora prometido na postagem anterior.

No último dia 19, religiosos representantes de todas as vertentes de Matrizes Africanas estiveram presentes na Assembléia Legislativa de São Paulo, juntamente com representantes da OAB, e parlamentares, entre eles a Deputada Leci Brandão que publicou em seu twitter a foto do evento, bem como sua posição pessoal a respeito do Projeto do Dep. Feliciano do PV, além do já citado texto enviado ao Jornal A Gaxéta, como segue:

Leci Brandão é contra PL 922/11 (PL da Intolerância)
Trecho de texto enviado por Roberto Almeida - Assessor Especial Parlamentar
20.10.11

O PL 992/2011, de Autoria do Deputado Feliciano Filho, do PV, ignora uma Liberdade de Culto e desrespeita uma Tradição religiosa afrobrasileira

"Prezados/as,

Agradeço em nome do Mandato da Deputada Leci Brandão pelas contribuições com informações e propostas para que possamos contribuir para o enfrentamento da intolerância religiosa no Estado de São Paulo. Apesar de nossas ações ainda não repercutir diretamente na agenda geral do universo de matriz africana, as contribuições tem dado condições de apontar os melhores caminhos e atuar no combate ao racismo institucional.

Quanto ao projeto em questão, primeiro, é preciso dizer que REPUDIAMOS totalmente tal proposta, que do nosso ponto de vista se caracteriza com uma dimensão do racismo institucional, e estamos com nossa equipe empenhada em buscar formas de barrar o andamento do mesmo, e contribuiremos no sentido de arregimentar esforços para fazer uma pressão política contraria a proposta, que alimenta a intolerância contra as religiões de matriz africana."

Extraído de Geledés

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Demolida a casa onde foi fundada a Umbanda, em São Gonçalo-RJ

Casa onde foi fundada a umbanda, em São Gonçalo, será demolida esta semana

Thamyres Dias - Atualizado em 02/10/2011 às 15:55

Fonte Extra

A estrutura metálica já está pronta para receber o telhado do novo galpão que vai ocupar o número 30 da Rua Floriano Peixoto, em Neves, São Gonçalo. Dentro do terreno, uma casinha centenária aguarda a demolição marcada, segundo o proprietário, ainda para esta semana. Poderia ser uma simples obra, não fosse um detalhe: a casa rosa, com a pintura já castigada pelos anos, é a última testemunha do nascimento da umbanda.

Foi no imóvel — que ocupava o centro de uma chácara, no início do século 20 —, que Zélio Fernandino de Moraes, então com 17 anos, dirigiu a primeira sessão da religião. Era 16 de novembro de 1908A umbanda é a única manifestação religiosa 100% brasileira.

— A demolição nos deixa muito decepcionados, pois perdemos uma referência da chegada da mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas — diz Pedro Miranda, presidente da União Espiritista de Umbanda do Brasil, em referência à entidade que orientou Zélio a fundar a religião.


Espíritos tristes

A notícia também surpeendeu a mãe de santo Lucília Guimarães, do terreiro do Pai Maneco, em Curitiba, Paraná. Na década de 1990, ela veio ao Rio para pesquisar as origens da religião.

  • Imagino que até os espíritos estejam tristes. É uma pena, lamenta ela.

Há mais de cem anos com a família de Zélio, o imóvel onde surgiu a umbanda foi vendido recentemente para o militar Wanderley da Silva, de 65 anos, que pretende transformar o local em um depósito e uma loja.

  • Eu nunca soube que a casa tinha essa história. Mas agora já comprei, investi, não posso deixar de demolir, explica-se.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), nunca houve um pedido de tombamento do imóvel. A antiga casa de Zélio também não é protegida pelo governo estadual ou pela Prefeitura de São Gonçalo.

De acordo com a última avaliação do IBGE, feita no Censo 2000, o Brasil tem quase 400 mil umbandistas. A religião está em todos os estados do país e também no Uruguai, Paraguai, Argentina, Portugal, Espanha e Japão.


‘Tudo acabou’

O terreiro de Zélio de Moraes — que recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade — funcionou por pouco anos em São Gonçalo. Os primeiros umbandistas mudaram-se logo para o Rio de Janeiro.


[de Mudanças e demolições]

Primeiro, o centro funcionou na Rua Borja Castro, na Praça Quinze. A rua foi extinta, na década de 1950, para a construção da Perimetral. Dali, foram para a Avenida Presidente Vargas. O imóvel também foi demolido, dessa vez para dar lugar ao Terminal Rodoviário da Central do Brasil.

Uma nova mudança e mais uma demolição. A casa 59 da Rua Dom Gerardo, em frente ao mosteiro de São Bento, virou um estacionamento.

— Tudo acabou, eram prédios muito antigos. Lamento que o último registro também vai desaparecer. Mas o mais importante é que os ensinamentos do meu avô se perpetuem — pediu a neta de Zélio, Lygia Cunha, que hoje preside a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade. O terreiro agora funciona em uma sede própria, em Cachoeiras de Macacu, no interior do estado.

Capela de São Pedro

Antes de ser vendida, a casa onde nasceu a Umbanda abrigou uma capela católica. A última moradora do imóvel, uma descendente de Zélio que é muito católica, cedeu o espaço para os devotos. Quem administra a igrejinha — que também mudou de endereço — é dona Geraldina dos Santos, de 74 anos.

  • Não tenho preconceito, não. Todos somos filhos de Deus. Se a religião nasceu lá, a casa devia ser preservada. É importante, disse.



Fotos:
1 - casa sob estrutura metálica - jornal Extra
2 - 3 x 4 de Zélio Moraes - domínio público
3 - "100 anos de Umbanda", de Memorial Lélia Gonzalez, cedidas para este Blog ReligiosidadeAfro:
3-1 - estátua-imagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas edificada para as comemorações dos 100 da Umbanda
3-2 - placa fixada na base da estátua-imagem - 100 anos de Umbanda
3-3 e 3-4 - Teólogo e religioso Marcos Penna e Jair de Ogum. (Cine Odeon Petrobrás, Cinelândia, Centro, Rio de Janeiro)


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