sábado, 10 de novembro de 2012

PCdoB nas eleições 2012 e a liberdade religiosa

Segundo turno trouxe bons resultados para o PCdoB

Destaque, Opinião 31 de outubro de 2012 22:19
por Jandira Feghali

O Partido Comunista do Brasil saiu do processo eleitoral com muitos motivos para comemorar.  Elegeu 56 prefeitos e 971 vereadores em todo o país. No segundo turno foram vitórias marcantes: Belford Roxo, com Dennis Dauttmam; Jundiaí, com Pedro Bigardi; Contagem, com Carlin Moura. Elegemos, ainda, a vice-prefeita da cidade de São Paulo, Nádia Campeão e o vice-prefeito de Rio Branco, Márcio Batista.

O PCdoB apresentou candidatos combativos que, não raro, enfrentaram as adversidades de uma campanha nem sempre voltada para as propostas de cada candidato. Aliás, o preconceito contra nossa legenda demonstrou a falta de conhecimento das nossas ideias, como também atingiu candidatos de várias legendas numa ocorrência crescente nos pleitos eleitorais. A disputa pelo voto tem levado ao uso inescrupuloso de inverdades, calúnias, acusações pessoais, misturas indevidas de política e religião, com desrespeito à história de luta e história pessoal, desrespeito às famílias dos candidatos e candidatas, chegando ao ponto de formatarem falsas  formulações fundamentalistas em panfletos apócrifos e outras formas de comunicação.

A esses, lembro que foi um deputado comunista, Jorge Amado, que incluiu na Constituição de 1946 a liberdade de culto religioso. Nosso partido abraça a diversidade, inclusive religiosa e tem em seus quadros homens e mulheres que não se envergonham por seguir uma crença. A defesa do Estado laico é uma questão democrática. Entendemos que só assim é possível garantir o princípio constitucional da igualdade de direitos, sem distinção de origem, etnia, sexo, cor, idade, religião, orientação sexual ou quaisquer outras características.

Os ataques valorizaram nossas vitórias e estou certa que nossos candidatos eleitos responderão com gestões competentes, transparentes, pautadas pela ética e pelo respeito aos cidadãos de cada município. Mas é preciso superar a despolitização e o baixo nível das campanhas eleitorais. A luta democrática exige que se as disputas se façam em torno das ideias e projetos. Que tenhamos financiamento público de campanha para reduzir o peso do poder econômico. Que a política seja vista como algo transformador e não seja transformada em pauta policial. Que consigamos democratizar a comunicação e seus instrumentos de difusão. Que a democracia seja feita pelos cidadãos conscientes, pelos partidos políticos, pela sociedade organizada nas suas mais diversas formas, pois a negação da política nos vulnera e fragiliza. As soluções são coletivas e se dão no plano da política. Da boa política!!! Viva a democracia.

Extraído de SigaJandira