sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Jandira defende CSGF para serviços de saúde

Jandira defende CSGF para serviços de saúde

Jornal do Brasil
02/12/2011 - às 21h21



A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) entregou na quarta-feira (30 de novembro 2011) o seu parecer ao projeto de lei complementar (PLP) nº 48/11, de autoria do deputado Dr. Aluízio (PV-RJ), que propõe a criação da Contribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF), cuja expectativa é arrecadar anualmente R$ 14 bilhões para financiar a saúde no país.


Na condição de relatora da matéria, a parlamentar defende que a arrecadação dessa contribuição seja direcionada exclusivamente para ações e serviços de saúde e o valor recolhido será destinado ao Fundo Nacional de Saúde (FNS). A medida alcança um universo de 56 mil contribuintes brasileiros com patrimônio superior a R$ 4 milhões. E a expectativa é que o texto seja apreciado pela Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados na próxima quarta-feira (7 de dezembro).


Reestruturação do SUS

Em seu relatório, Jandira Feghali propõe a criação de
nove faixas de riqueza em que os contribuintes nelas inseridos ficariam obrigados a pagar a contribuição, cuja única finalidade será financiar o SUS. O texto prevê que contribuintes com patrimônio
- entre R$ 4 milhões e R$ 7 milhões pagariam uma alíquota de 0,4% sobre esses valores;
- entre R$ 7 milhões e R$ 12 milhões, 0,5%;
- entre R$ 12 milhões e R$ 20 milhões, 0,6%;
- entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões, 0,8%;
- entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões, 1%;
- entre R$ 50 e R$ 75 milhões, 1,2%;
- entre R$ 75 milhões e R$ 120 milhões, 1,5%;
- entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões, 1,8%;
- e a última faixa, para aqueles contribuintes com renda acima de R$ 150 milhões, a alíquota seria de 2,1% sobre esse valor

Mudanças entre parecer e proposta original


Uma das contribuições oferecidas pela parlamentar foi
modificar de 9 (nove) para 6 (seis) as faixas de riqueza, entre R$ 5,52 milhões e acima de R$ 115 milhões, e não entre R$ 4 milhões e acima de R$ 150 milhões. A base de dados utilizada pelo autor da proposta e a relatora da matéria foi disponibilizada pela Receita Federal, que adotou como referência o ano de 2008. Segundo o órgão, o universo das grandes fortunas no país está assim distribuído:

- 997 contribuintes com patrimônio superior a R$ 100 milhões;

- 1.327 pessoas declararam ter um patrimônio entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões;
- 5.047 entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões;
- 10.168 entre R$ 10 e R$ 20 milhões;
- 26.206 entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.

Segundo Jandira, os números explicam porque a contribuição sobre as grandes fortunas recai sobre um contingente reduzido de 38.095 contribuintes
. Ela também explica que escolheu a modalidade de contribuição social como uma estratégia para vincular a destinação dos recursos para a Saúde. Se o dinheiro fosse recolhido na condição de imposto, estaria sujeito à livre utilização da União. Segundo Feghali, a expectativa de arrecadação anual é de quase R$ 14 bilhões.

Segundo ela, a iniciativa estimula a construção de uma sociedade mais justa e democrática. “
A constituição brasileira já prevê a taxação sobre grandes fortunas como forma de redistribuição de benefícios com o conjunto da sociedade. É assim com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo, Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e até mesmo com a Contribuição à Seguridade Social brasileira”, defende.

A iniciativa do Projeto de Lei foi baseada  na legislação francesa, que cobra o Impôt de Solidarité sur la Fortune. O imposto francês é o mesmo que serviu como inspiração para os parâmetros e cálculos definidos das alíquotas de incidência do projeto relatado por Jandira Feghali.


Extraído de
JB Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário